quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nada além da criatividade.

Às vezes sinto falta de uma dose de criatividade. Sinto falta de vocabulário, até mesmo de idéias. Sinto um leve desespero. Escrevo uma, duas linhas tortas; frases sem sentido; palavras mal grafadas; nenhuma concordância.

Sobre o que escrever? Quantas páginas? Não, isso não tem sentido. Sobre pessoas? Não me arrisco. Publicidade? Talvez. Escrever sobre o que amamos é complexo; pensamos dominar o assunto, escrevemos loucamente; o que amamos, supostamente, nos inspira, nos faz viajar pelo mundo literário.Risos, e a verdade vem à tona :quanto mais íntimo , mais difícil de se fazer descrições, citações, dar opiniões. Voltamos ao início.

É muito difícil ser criativo.Mesmo.Escrever criativamente utilizando frases populares. Criar uma frase de impacto; um título incomparável; um slogan memorável; um texto interessante e ,principalmente, legível.Difícil, não impossível. Às vezes surge aquele sentimento misto de pena e de raiva dos não criativos, dos atendimentos , mídias e tantos outros segmentos que inutilizam da aptidão para formular ideias geniais.Mas logo passa.Risos.Muitos risos.Caí em publicidade novamente.

Como tudo na vida, há o lado divertido de não se ter boas ideias: o desafio de tornar a situação menos desconfortável possível.

Um copo de água, dois de café. Um tempo no 'fumódromo' olhando o lindo céu azul e sol que ilumina a paisagem - mentira, estamos em Curitiba.Pensa, pensa, e nada sai. Anuários, isso anuários! Quando não se tem uma ideia nada melhor que parafrasear a de alguém. Roteiros de Tv, páginas de revista, spots de rádio, outdoors...'como eu não pensei nisso antes, tão simples e tão..genial'.Isso é comum. Fecho a anuário. Computador. Sites de buscas, blogs, clube de criação : em busca de referências; tudo é válido. O tempo continua passando, ele não tem paciência. Ninguém tem paciência.O prazo? Era pra ontem - literalmente."Da onde vou tirar essa tal inspiração? De onde vem a criatividade? Podemos desenvolvê-la ou isso é algo inerente a cada pessoa?" Pensamentos soltos.

Até que , em meio ao caos psicológico, surge a idéia.Simples assim, surge. "Porque tanta demora! É óbvio que essa é a melhor sacada! Genial!"

Escrevo.Escrevo.Escrevo. E entrego.Eu gosto disso.Aliás, gosto muito disso.
Consegui.
Hora do descanso. Pego a mochila, e

- Hey , jean, pera aí!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Rotina

Qual o sentido da vida afinal? Temos uma missão? Algo importante a cumprir?
Encaro a vida como um desafio? Algo que nos leva ao crescimento espiritual com o passar das encarnações, ou algo banal, descartável e sem valor?

Venho pensado constantemente sobre a vida em si. Será que vale a pena viver? Será que vale a pena estar viva para levar uma vidinha medíocre como a minha? Uma vidinha funcionário público na qual a rotina é sempre a mesma?
E como isso é intediante...

Banho, 10 minutos no máximo. Dentes, movimentos circulares e repetitivos.Ónibus, é, a jornada vai começar. Trabalho:inúmeros relatórios a serem digitados em tempo record. Pausa para o almoço, ou melhor, somente um lanche.
De volta ao escritório – lá há mais atas e processos a serem feitos.Tristeza, raiva, lágrimas. Ónibus.De volta pra casa.

Sinceramente , cansei. Cansei dessa rotina maldita. Já fiz de tudo para mudá-la , e evitar assim uma desgraça maior, fiz de tudo mesmo.
Comecei pelo penteado. Em seguida , o estilo. E por último meu jeito de ser, meu comportamento, tentando ser mais sexy, ousada .Essas tentativas para uma possível mudança de nada adiantaram; percebi que o problema não estava no penteado, nas roupas, no estilo ou na rotina em si. O problema estava em mim.Ou melhor, eu era meu maior problema. Sempre descontente,sem dar sequer um sorriso, sempre ingrata e desgostosa com tudo e todos ao meu redor.

Já era hora de mudar essa situação.

Sim , eu tinha que ao menos fazer uma coisa boa nessa minha desgraçada passagem pelo o que chamam de Terra. .

No entanto,já sem forças e sem compreender o que vem ser a vida e seu sentido agora começo a tratá-la como algo descartável, algo non-sense.

Cansei. Já não quero quebrar rotina nem viver algo inesperado. Já não quero viver. E outra, nada me prendi aqui. Nada.

Deixo a vida sem saber se cheguei, algum dia, a vivê-la.


Ah, sim, quanto a culpa? Não há. Vou sem remorço ou coisa do gênero. Talvez encontre algo melhor do outro lado.

Talvez não.

04/03/2008