quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Aos amantes, aos amados.

Sabe quando você sente que algo não te pertence mais? Talvez pelo tempo que se passou, talvez pela vida dos dois que já mudou completamente. Sabe quando você se sente mais que outro? Quando você percebe que aprendeu muita coisa, que cresceu, enquanto a pessoa estagnou, parou no tempo e não fez um mínimo de força pra sair do lugar? Estranhamente curioso.

Pra um , os assuntos são os mesmos, assim como as pessoas, os lugares, os amigos, os gostos. Enquanto que pra outro nada mais está no lugar. Não! Não que isso seja algo ruim. “Não estar no lugar” pode significar mudanças. Boas mudanças em direção a coisas novas, a outras conquistas e a outros caminhos e outros objetivos que, com ele, já não fariam sentido.

Não fariam sentido porque as duas almas se afastaram. Perderam o contato, perderam as essência. Não fariam sentido porque já não dividem os mesmos sonhos e muito menos almejam as mesmas conquitas.

O amor tem dessas coisas. Vem, chega e passa. Por mais que demore, passa. E fica uma lembrança boa. Fica marcada como ferro quente em couro. Fica marcada no peito. Mas assim como a dor do objeto queimando a pele - sem nenhum anestésico - doi lembrar o que passou e ficou pra trás. Doi quando você vê que tudo poderia ter sido melhor aproveitado.

O amor tem dessas coisas. Te amo, apesar de saber - e aceitar - que nossos caminhos nos levam a lugares distintos. Você não me pertence e agradeço por isso.

Ps.: Desculpem os erros de grafia. Texto escrito em uma vomitada de 5 minutos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Ponte

Num lugar, não muito distante, existia uma ponte. A população tinha o costume de usá-la de acordo com suas necessidades. Sempre se aproximavam dela, com todo o cuidado, pisando leve como se a mesma fosse feita com cascas de ovos. Experimentavam o terreno, tentando retirar o maior número de informações e captar sensações que a ponte poderia passar.

Muitos se arriscavam sem ao menos saber se era, ou não, seguro atravessá-la. Andavam por ela e não se preocupavam com as possíveis consequências. A ponte, que não é tão ingênua quanto possam estar imaginando, não deixava barato. Sacudia-se toda e derrubava tudo o que achava que merecia ser derrubado.

Mas a final, qual seria a função da ponte? Para muitos a pergunta é tola e a resposta óbvia. Mas não se iluda, meu caro. A ponte, pelo menos a desse vilarejo específico, não servia apenas como elo de ligação entre dois ambientes distintos. A ponte servia , mais e também, como um recanto de oportunidades no qual as pessoas poderiam encontrar um pouco mais de paz e alegria.

Era feia e desgastada. Feita com pedras de meados de 1889, já estava há muito tempo em pé. Dizem que sua finalidade, desde sua origem, foi um mistério. Os primeiros a passarem por ela, disseram sentir uma espécie de energia que não pertence aos seres isentos de matéria viva. Lendas e mais lenda foram criadas para tentar decifrar o mistério da rústica ponte.

Passado tantos anos, ela continuava lá. Firme. Transportando as mais diversas personalidades, os mais diversos sonhos e aproximando , cada vez mais, pessoas da felicidade que almejavam. O que ninguém nunca reparou é que a ponte poderia se sentir mal por ter que carregar tantos pesos sem ao menos ser reconhecida. Reconhecida? Um ser isento de matéria viva precisa sentir algum tipo de emoção? Desde quando? Era isso que pensavam. Pobres coitados, mal sabia que a ela era quem mais ficava feliz quando encurtava as distâncias e proporcionava os melhores momentos para todas aquelas pessoas.

Pobre ponte. Sozinha no cair da noite. Sozinha no nascer do dia. Por mais que passassem pessoas pelo seu caminho, continuava sozinha, sozinha, sozinha... e assim seguia ( ou deixava seguir).