sábado, 27 de agosto de 2011

una llamada perdida

- ¿Si?
- Por favor, no cuelgue. Soy yo.
-...
- Oye, tengo tanto a decirte, tanto que no he podido dormir desde la última vez que nos encontramos. Hay muchas palabras em mi boca, mucha cosa perdida em mi corazón y se que sólo voy a estar bien cuando tu me oís.
-Julio.. es demasiado tarde...
- Le ruego que por favor no digas nada. Cariño, sigo pensando en ti. Ya no sé lo que hacer, me estoy volviendo loco. Nada más importa. La vida no tiene sentido sin ti a mi lado. Recuerdo cuando nos conocimos... su sonrisa.. su sonrisa era tan hermosa. Su piel tan blanca como el algodón. Su toque.. ah cómo te extraño.Soñé que estabas a follarme.. te quiero,aún te quiero mucho, mi amor.¿ Follar por teléfono? ¿Que piensas? Perdóname, ya no sé lo que digo.
- ....Mi amor, con quien hablas? Esta gente no tiene educación. Callaté!
- Estás con alguien? ¿Quién está ahí?
- Julio... ¿Qué quieres? Le dije que no me molestes mas...y..
- Ya no importa. Julio, quiero verte. Te Necesito.Tus besos, tus abrazos. tu. Antes de hacer cualquier cosa, tengo que oir de tu boca que no me amas más.
- Marco, no te amo más.¿ Compreende? no-te-amo-más. Me voy a colgar.
- Julio, no haga eso.
- ¿ O que?
- No me amar más.
- Basta! Ya hice lo que quería. Ahora déjame en paz.
- Si es así que quieres, está bien.
- Bueno. Marco, es que... ¿Qué fue ese ruido? Marco? ¿Qué hiciste?¿Marco?
- Venga cariño, no pierdas tu tiempo en este maricón.


domingo, 21 de agosto de 2011

dolorosa busca

- Maldição

O sol insistia em entrar pelas frestas da janela encardida pelo descuido. Que horas eram? Já não importava. Nada importava naquele momento. Os passos apressados da vizinha de cima a fez despertar.

- Maldita

Correu as mãos pela penteadeira ao lado. Acreditava que com os olhos fechados ilimitava sua visão. O esmalte forte e vermelho brilhava na luz daquela manhã - mas ela não via, não enxergava o brilho que sempre era ofuscado pela sombra que colocara diante da vida. No passeio das mãos, brancas e bem cuidadas, pode identificar algumas garrafas, animou-se. Apressadamente correu em direção a sua bebida - procurando pelos vestígios da noite anterior. Um copo espatifou-se.

- Inferno

Ainda de olhos fechados insistia em procurar... Nem ela mesma sabia qual era o objeto da busca - mas não desistia. Com uma velocidade quase que animalesca, corria com os dedos tentando agarrar o invisível. Precisava preencher o que estava seco. A secura a consumia internamente, a destruía como fogo em palha, como pedra em vidro fino. Pedra jogada em cristal puro. Por não encontrar o que buscava agarrou o que estava ao seu alcance. Abriu uma garrafa de whisky vagabundo já pela metade e colocou em seus lábios. Apesar de não ver, ela sentia. Passou a mão pelo frasco como quem busca por um pensamento que fugiu . Fechou os punhos e começou a movimentar sua mão como se masturbasse o litro de grossa espessura. Com o movimento, a princípio suave - porém rápido - o líquido começava a escorrer facilitando o vai-e-vem obsceno.

Pode sentir que seu seio estava enrijecido, mas não viu. Não olhou. Sentiu. Os mamilos ficavam agora bem delineados em uma belíssima camisola vermelha. Corpo torneado, corpo de mulher feita. Entre um movimento e outro ousava tocar a garrafa com seus lábios. Lambia com tesão o whisky da noite passada. Passava os lábios, consumia o álcool que lhe deixava viva.

Sem pudores e livre de qualquer amarra, desceu sua mão vagarosamente e quando se deu conta, encontrava com seu próprio prazer. Num ritmo inconstante, intercalava longos goles da bebida com uma massagem excitante. Gemeu. Livrou-se de qualquer pensamento e foi assumidamente egoísta: naquele momento era ela que estava em cena.

O sol já havia caminhado do lado de fora, levando a luz para onde antes não era iluminado. Ela sentia. Agora suas coxas estavam quentes. Num gesto não planejado, desceu com a garrafa. Hesitou em um primeiro momento, mas acabou cedendo a sua verdadeira vontade. Penetrava agora cada centímetro da garrafa , ainda aberta, em si mesma. Gemeu. A dor e o prazer se confundiam. Estava ardendo. Queimava por dentro.

Enfiava cada vez mais fundo, e sentia-se rasgada por dentro. Sentiu algo quente escorrer, mas não se preocupou. Deixou escorrer, deixou correr, porque algumas coisas precisam ser expurgadas, porque precisava ser liberta - então se exorcizava.

A garrafa já estava pela metade e o prazer era quase pleno. Mordia a boca, tirou sangue dos lábios. Afundava os dentes em si mesma tentando engolir o que era. Líquido.

Quando sentiu que havia chegado no seu limite, parou repentinamente. O lençol manchado em tom de papel antigo trazia muito da cor do seu esmalte - porém, menos vibrante e, agora, menos vivo. Levou as duas mãos até seu rosto, aproximou-as dos lábios e as lambeu canibalmente.

Havia chego no limite, mas se viu insatisfeita. O prazer poderia ser maior, o tesão poderia aumentar - e não relutou. Passou as mãos agora molhadas com whisky e seu sangue vermelho e grosso pela penteadeira. Encontrou um maço de cigarros já no final - era o último. Sentiu uma alegria imensa, era o último. De olhos fechados riscou o fósforo e o acendeu. Deu um tragada profunda e segurou a fumaça o máximo que pode. Fumava com uma mão e se tocava com a outra, numa perfeita sincronia, num ritmo invejável.

Quando viu que o cigarro se aproximava do fim o lançou para longe. Apesar de estar acabado, fumado até o filtro, até o fim, ainda acreditava que a pertencia. Então jogou longe, mas ao alcance das mãos.

Se aproximava cada vez mais do prazer que buscava, da recompensa perdida que acreditava merecer. Enfiava, mais e mais, a garrafa em seu interior. Pode ouvir a pele ceder e o sangue escorrer entre as coxas. Encontrava o que havia perdido, encontrava com o que desde o princípio havia procurado. E num ritmo agora, inconstante e tortuoso, se tocava e tinha prazer em ouvir e sentir sua pele rachando.

O sol não se movimentou novamente, mas a luz havia aumentado. Um calor descomunal tomava conta de seu corpo, de sua alma e de seu quarto. Ouvia o estalar de madeira velha, sentia o cheiro da fumaça - densa, preta e carregada. E enfiando o garrafa de whisky até a máxima profundidade de seu corpo, suspirou.

- Encontrei.




segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Não mate uma Elenita

Escrito ao som de RobynDancing on my own

Senti que deveria escrever este texto, que deveria compartilhar o que penso e o que sinto. Não sei até que ponto vai ser significante, vai importar a pessoa a qual o dirijo, mas sinto que o devo escrever. E se sinto, é vivo. Se é vivo, me toca, e se me toca, faço. Sem arrependimentos.

Elenita, Lena, você não me conhece, mas eu muito sei sobre você. E sim, daquele programa, daquele bendito e maldito reality que te trouxe a tona. Caos. Ainda se pergunta se deveria ter entrado e jogado de coração aberto, ser julgada pelos olhos e comentários duros de todo um país. Não se arrependa, Lena. Não mais.

Lá conhecemos uma moça, uma jovem, com uma personalidade extremamente forte. Uma mulher de…peixes? E essa força de leão? E a explosão de touro que não deixa pedra sobre pedra? E a delicadeza de câncer? Elenita dos astros, Lena de muitos signos. Ah, se você soubesse o quanto ensinou ao Brasil.

Uma Mulher! Uma doutora? Num programa daquele? E daí? Pessoas já lançavam as mais afiadas e maldosas palavras, criticando sem ao menos chegar perto de conhecer. É sempre mais fácil apontar o dedo pro outro, incrível. Pra tudo isso dou o nome de recalque. Re-cal-que. Assim, separado sílaba por sílaba. Afinal, sempre existiu quem brilhe, e sempre vai existir que faz de tudo para apagar a luz do outro. Uma pena.

Guerreira, batalhadora, forte. Uma mulher que se mostrou autêntica, na mais pura definição do vocábulo. Verdadeira. Brigou pelo o que acreditava, defendeu quem merecia e saiu por cima, provando que se pode vencer (e muito), sem necessariamente alcançar a medalha de ouro. Às vezes o bronze dá mais sentido a vida, o ouro pode gerar cobiça,

E o título do texto? O que tem a ver com tudo isso? Tudo. Não mate uma Elenita. Não cometa este suicídio figurado. A Lena que vimos, ouvimos e nos identificamos também é muito importante. A Lena que deixou sua marca, a Lena rabugenta, Lena brava. Por que não? Os defeitos também nos constroem. A Lena amorosa, a Lena amiga, companheira, sincera – até demais. Uma alma doce em um corpo de mulher feita.

Não mate esta Elenita, ela foi importante. Tanta coisa boa sendo perdida neste mundo... Não apague o que já foi um dia. Seja Lena, seja Elenita, mas continue sendo esta pessoa tão maravilhosa e tão inspiradora.